Desde há quatro meses que um dos assuntos mais falados no mundo é o Covid-19 pois toda a sociedade de uma forma global teve que se adaptar a esta realidade, encontrar novas formas de viver, novas formas de socializar e novas formas de trabalhar. Um pouco por todo o mundo, os países têm-se adaptado a esta realidade, uns com medidas mais severas, outros com medidas mais suaves, mas todos eles têm trabalhado no combate ao vírus.
Os governos dos diversos países, em parceria com grandes empresas tecnológicas como a Google e a Apple, estão a implementar uma medida que consiste na criação de aplicações que permitam ao utilizador, em tempo real, saber se se encontra num espaço com alguém contaminado pelo Novo Coronavírus. Desta forma, o utilizador pode optar por não se aproximar do local onde a pessoa infetada se encontra.
Assim impõe-se a questão: Como funcionarão este tipo de aplicações e em que é que se vão basear?
Em primeiro lugar, estas aplicações serão desenvolvidas de modo a funcionarem através do Bluethooth, ou seja, pressupondo um registo prévio por parte do utilizador, tendo este de disponibilizar determinados dados que indiquem se está ou não contaminado. O dispositivo ligar-se-á aos diversos dispositivos nas imediações através desta tecnologia.
Assim, ao deslocar-se para determinado local, o dispositivo conecta-se através do Bluethooth aos dispositivos de quem tenha a aplicação, emitindo um alerta sempre que haja alguém contaminado nas imediações.
Teoricamente este tipo de aplicação poderá ter uma grande utilidade para a nossa sociedade, mas até que ponto indicará com real precisão se existem pessoas infetadas pelo vírus? Outra das questões levantadas é até que ponto a tecnologia não se poderá “virar contra nós” desrespeitando os princípios da lei de proteção de dados?
A Comissão Europeia vem dar resposta a esta questão referindo que estas aplicações só poderão estar em funcionamento caso garantam que os dados recolhidos não identificam os utilizadores, sendo todas as informações agregadas e anónimas.
Serão por isso este tipo de tecnologias úteis para a redução do risco de contaminação do Novo Coronavírus de forma fidedigna? Conseguirão estas aplicações cumprir com as diretrizes impostas pela Comissão Europeia?
Até ao dia de hoje não temos resposta para estas questões mas esperamos que com o tempo ambas possam ser clarificadas.
Fonte: https://tek.sapo.pt